Total de visualizações de página

segunda-feira, 21 de março de 2016

Um café e um verso, por favor!

Autor: Flávia Couto Basso*


“... Brasil, meu Brasil Brasileiro. Meu mulato inzoneiro, vou cantar-te nos meus versos...” Saudoso Ary Barroco, gravou a canção Aquarela do Brasil em 1939 durante a “Era Vargas”.

O País passava por um momento delicado, mas em meio aos caos pairava belas canções que envolvia a sensibilidade dos brasileiros - não havia dicotomia musical a grande maioria era eclética, porque de fato produzíamos música.

Em 1979 a grande cantora Elis Regina, deu voz a canção de João Bosco e Aldir Blanc se tornaria o maior sucesso do disco Essa Mulher, e ganharia o apelido de “Hino da Anistia”.


Para cada fase do nosso Brasil Brasileiro, há sempre uma bela canção, um café, um verso... Talvez seja por isso: Pelo excesso de mente vazia, corrompida e/ou alienada que a Música Popular Brasileira, parece ter dado uma longa estacionada.

“Eu não quero ver você cuspindo ódio
Eu não quero ver você chorar veneno
Não quero beber o teu café pequeno
Eu não quero isso, seja lá o que isso for”. (Bandeira, Zeca Baleiro).

Como escrever versos de amor enquanto boa parte da população está remoendo raiva? Como ter inspiração se a ética (o anjo protetor da humanidade) está sendo violada?

E o crime contra a Soberania Nacional? Ops...

As pessoas têm afirmado: Eu sou contra a corrupção (dos outros). Falta inspiração até mesmo para diferenciar as competências entre Partido Político X Imprensa e Poder Judiciário.

Se de repente tivesse mais amor do que ódio poderia todos os brasileiros entoar um canto novo, uma bela canção... Seriamos mais felizes, mais humanos, sentiríamos mais úteis... Como diria minha avó, com suas inúmeras filosofias e ditos populares: “Fale menos e faça mais.” “Reclame menos e valorize mais” Porém, o que vemos?

“Eu vejo o futuro repetir o passado eu vejo um museu de grandes novidades o tempo não para” (O tempo não para Cazuza/Arnaldo Brandão).

Também acho que pastores, padres, representantes de instituições religiosas, não devam postar em redes sociais, post contendo ódio, julgando sem provas concretas, alienado seus fiéis às incertezas e suposições.

Seria mais legal, se a ansiedade pós-modernidade não exaurisse tanto o consciente das pessoas. Quando um grupo tenta desestabilizar um governo, fomentando o ódio na população, esse grupo tem que ter a consciência de que: Pra cada ação existe uma reação da mesma intensidade.

Jesus disse: "Não julguem, para que vocês não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e à medida que usarem, também será usada para medir vocês”. Evangelho de São Mateus, 7-1,2.

Na década de 70, o intitulado cantor Sílvio Brito, num momento de depressão, escreveu seu verso: “Tá todo mundo louco, ôba”.

Tá todo mundo louco! (Dispenso o ôba-ôba!) É verdade! Tá tudo mundo louco!

Quando eu vejo empresa propagando o ódio aos seus funcionários, pais e educadores ensinando as crianças a odiarem desde pequena, mentalizando frases do tipo: “Bandido”, “Isso não presta” “Malandros” “Ladrão” e outros adjetivos pejorativos, me pergunto em verso:
“Como será amanhã?
Responda quem puder
O que irá me acontecer?
(Amanhã, João Sérgio, interpretação da cantora Simone).

Sugiro, descartar a cartomante, sabemos ainda que inconscientemente o que vai acontecer.

Aproveitando a onda dos clichês: “Para o Brasil que eu quero descer!”.

Pelo visto a vida das pessoas vão parar nos próximos dias para pousarem de “juízes” plugados, 24 horas nas redes sociais, postando a “sua” valiosa opinião. Viva, tanta subjetividade! Quer saber? As pessoas não estão nem aí pra sua opinião sobre isso ou aquilo.

É salutar defender o Estado de Direito, como também é salutar viver o Evangelho que Jesus pregou. Já estamos prestes a entrar no ciclo da Páscoa e algumas pessoas ainda não tiraram as máscaras do carnaval.

O tempo todo surge discurso violento de todas as partes, em todos os lugares; Não dá mais para trocar ideias, ninguém ouve ninguém. É muito ódio.

É preciso mudar como diria Gabriel o Pensador: “Na mudança de postura a gente fica mais seguro, na mudança do presente a gente molda o futuro”.

Enquanto isso me traz um café porque pretendo mudar a postura, e vou começar lendo a Constituição. Vamos tentar conversar já que o diálogo é bem mais saudável e produtivo e já que ninguém quer dar golpe em ninguém. Se me permite uma humilde sugestão aconselho: Reforma Política. Em tempos de ausência de paz, esse é o único caminho.

Mas pelo visto: “Tá tranquilo, tá favorável”.

*BRASILEIRA

Nenhum comentário:

Postar um comentário